Montalegre-Limianos em risco devido à neve
2012-09-04 às 15h14
As câmaras municipais deviam dar uma bicicleta a cada aluno do 1º ao 9º ano de escolaridade em vez de financiar o seu passe escolar de autocarro, defende a professora catedrática Beatriz Pereira, do Instituto de Educação da Universidade do Minho.
As câmaras municipais deviam dar uma bicicleta a cada aluno do 1º ao 9º ano de escolaridade em vez de financiar o seu passe escolar de autocarro, defende a professora catedrática Beatriz Pereira, do Instituto de Educação da Universidade do Minho.
Além do menor custo para as autarquias, a investigadora considera que a medida promove estilos de vida saudável, aumenta a atividade física diária, reduz os índices de poluição, fomenta desportistas em novas áreas e torna os cidadãos mais resistentes, prevenindo doenças crónico-degenerativas e os gastos públicos de saúde.
Beatriz Pereira confirma - através de vários estudos recentes no Centro de Investigação em Estudos da Criança da UMinho - que a sugestão das duas rodas não vem por acaso. “Nos países nórdicos, onde há muito frio, vê-se de manhã pais e filhos a pedalar de casa até à escola e, ao fim do dia, regressam. Até os alunos e professores universitários o fazem”, realça.
A docente nota que a distância média do aluno português até à instituição de ensino é de três a cinco quilómetros e que não é preciso criar propriamente trajetos velocipédicos ou acessos especiais: “Onde circula um automóvel pode circular uma mota ou uma bicicleta, basta haver uma cultura de respeito pelo outro”.
A caminhada para a, e da, escola era comum há poucos anos, mas hoje as crianças chegam “mesmo à porta” da instituição através do automóvel ou autocarro, impedindo a realização da atividade física nas suas rotinas diárias. Aliás, o período dedicado à Educação Física na escola é de 90 mais 45 minutos, claramente inferior aos 60 minutos diários recomendados pela Organização Mundial de Saúde. Beatriz Pereira assinala que, para evitar jovens obesos e o sedentarismo, a resposta “tem que vir de períodos informais”, como o desporto escolar e as atividades extracurriculares, sejam estas federadas ou de lazer/aprendizagem, como natação, judo e ballet.
A também diretora do mestrado em Ensino de Educação Física e do Departamento de Teoria da Educação e Educação Artística e Física (DTEEAF) da UMinho salienta ainda a necessidade de “educar para a segurança” junto dos alunos e pais, bem como dos cidadãos em geral, de forma a ser respeitada a circulação de bicicletas nas ruas e passeios, preparar os acessos em particular junto às escolas (atualmente espaços destinados a automóveis para transporte de alunos) e o respetivo parqueamento em condições seguras. “É importante realizar também uma campanha de valorização das crianças que usam as bicicletas, com um slogan como ‘Andar de bicicleta é fixe!'', remata.
*** Nota Gabinete de Comunicação, Informação e Imagem da Universidade do Minho ***
17 Março 2024
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